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Ato em Sampa!

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Do site de CAROS AMIGOS

Sobre uma matéria publicada na revista Veja
por Juliana Garcia de Rossi
Olá.
Meu nome é Juliana Garcia de Rossi, moro na cidade de Marília, interior do estado de São Paulo.
Tomei a liberdade de lhes escrever, mas não sei, sequer, se estou mandando esse email para o destino certo. Espero que sim.
O objetivo desse email é pedir-lhes que façam uma matéria sobre a ocupação do prédio da reitoria da USP por estudantes dessa instituição. Na verdade, a matéria deveria ir além desse fato e discutir a própria questão da autonomia das Universidades estaduais paulistas (USP, UNICAMP e UNESP). Abordando o problema gerado pelo governador José Serra.
A revista Veja, em sua edição 2008, ano 40, nº 19, do dia 16 de maio de 2007, fez uma matéria totalmente parcial e favorável ao governo. A jornalista Camila Pereira, autora da matéria, teve a audácia de chamar os estudantes de "depredadores de prédios públicos" e de "bando", em uma forma altamente pejorativa de tratá-los.
Em nenhum momento, ela esclareceu a real situação da USP e as reivindicações dos estudantes, professores e funcionários. Apenas mencionou "entre reivindicações oportunistas, como a melhor conservação dos prédios da universidade, os depredadores de prédios públicos querem impedir que o governador José Serra exija mais transparência dos gastos das três universidades estaduais - além da USP, a Unesp e a Unicamp."
Ela tomou, claramente, o partido do governador, assim como costumam fazer todos os jornalistas da citada revista.
Não disse, por exemplo, que se um aluno uspiano custa, em média, 12 mil dólares anuais, isso se deve ao fato de que é com o dinheiro destinado à USP que se paga os gastos do Hospital Universitário, dos empregados e professores aposentados, dos empregados e professores em atividade, assim como todos os demais gastos da instituição. É, por isso, que o custo parece ser tão elevado.
Outro engôdo foi o fato de a jornalista não ter, sequer, mencionado que os custos dos alunos de um curso de Medicina e de um de Letras, por exemplo, são totalmente díspares.
Se já não bastasse tudo isso, Camila Pereira teve a audácia de destacar que a USP ocupa o 266º lugar, numa lista de 287 instituições, pelo critério de publicação de textos científicos. Ora, em um país onde não se investe em Cultura, Ensino e Pesquisa, essa já é uma posição de destaque e a USP merece crédito por isso, e não o contrário.
Na tentativa de induzir seus leitores a considerar a idéia de privatizar as Universidades públicas paulistas (pois creio ser esse o maior objetivo dessa matéria), a jornalista alega que a USP nunca produziu um prêmio Nobel (algo que a Universidade de Buenos Aires produziu cinco) e alega, também, que na Coréia do Sul e na China comunista, a universidade é paga (poderia ela ter sido mais explícita??).
Enfim, a matéria toda é uma grande afronta aos estudantes e aos seres pensantes desse país, que não lêem a revista Veja como uma "Bíblia" jornalística e que têm um mínimo de capacidade crítica.
Eu estou enviando um email crítico àquela revista, mas creio que ele será descartado, por isso, resolvi recorrer à revista Caros Amigos, que tem se mostrado sempre séria, sensata e imparcial em suas matérias.
Peço que meu apelo seja ouvido e peço desculpas pelo inconveniente. Não sei se fui clara em minha exposição, mas meus ânimos estão exaltados e, nesses momentos, não consigo ser muito clara.
Acho conveniente, também, dizer que já fui aluna da USP, formei-me em Letras. Entendo muito bem o que se passa lá dentro, assim como entendo as reivindicações dos alunos, professores e funcionários, elas são sempre as mesmas, pois nunca são ouvidas.
Dessa forma me despeço.
Obrigada pela atenção,
Juliana Garcia de Rossi.

2 comentários:

Anônimo disse...

queremos barrar os decretos do governador.

Sinceramente preferia estar em casa, mas eu penso no futuro da minha universidade e no da sociedade

Anônimo disse...

E a resustência gera apoio. A luta cresce