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segunda-feira, 21 de maio de 2007

direto do Último segundo IG

Notícias falsas sobre ocupação na USP
Por Flávio Mottola de Campos em 8/5/2007
A imprensa tem noticiado fatos deturpados sobre a ocupação pelos estudantes da Universidade de São Paulo (USP) do prédio da reitoria. Os fatos noticiados pela Folha de S.Paulo no sábado (5/5) são falsos. Estive na USP dias 3, 4 e 5 de maio, em um congresso brasileiro científico da Abrapcorp – Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas. Fiquei hospedado no Crusp (Centro Residencial da USP) e pude acompanhar todas as movimentações dos alunos envolvidos.
Vamos aos fatos: para começar, os alunos não depredaram nada. Sequer mexeram nos pertences dos funcionários. Apenas desobstruíram a passagem de entrada do prédio, arrebentando o portão. Como ocupar um local sem provocar nenhum tipo de dano?
A ocupação estava tão bem organizada, que foram montadas até comissões para não virar zona. Existem comissões de Administração, Limpeza, Alimentação e, pasmem, de Segurança e até de Comunicação.
A reitoria reivindicou junto aos alunos que pelo menos a Guarda Universitária ficasse no interior do prédio. Mas a Guarda é muda. Só está lá por estar mesmo. Quando entrei no prédio da reitoria, deparei com outro mundo. Alguns deitados pelo corredor, dormindo, outros pintando faixas de papel pardo, outros conversando sobre os mais diferentes assuntos: "Será que a Polícia Militar vai aparecer aqui hoje?" Qualquer coisa é só ficar atento e correr para qualquer lugar.
Na cozinha, adesivos post it nas geladeiras e armários alertavam para que ninguém mexesse em nada que fosse dos funcionários. Por ali, várias pessoas faziam centenas (eu disse centenas) de lanches para o pessoal que iria dormir no prédio. A diretoria do Diretório Central dos Estudantes (comissão de Administração) estava em reunião no canto de um corredor. No mesmo corredor, outros alunos pintavam cartazes e faixas de papel pardo.
Por que mentir?
Pelas mesas do corredor, vários informativos do que estava acontecendo. A comissão de Limpeza mantinha a limpeza do prédio (coisa óbvia). A comissão de Segurança ficava na vigília na laje do prédio da reitoria, caso algum jornalista ou algum indivíduo contrário à ocupação, ou até mesmo algum engraçadinho que se fizesse presente apenas para se mostrar, praticasse algum ato de vandalismo.
Ah, a Comunicação! Sinto arrepios até agora só de lembrar. Talvez por eu ser um sulista de Santa Catarina... Espalhadas em várias salas especiais, dezenas de pessoas escrevendo em blogues (lembrando que era apenas uma comissão e poderia usar os computadores), clipando notícias dos sites e, inclusive, transmitindo a ocupação do prédio da reitoria pela internet, em áudio.
Como no sábado (5) aconteceu a Virada Cultural em São Paulo, os alunos da USP fizeram uma Virada Cultural da Ocupação (também transmitida pela web), com samba, maracatu e algumas outras apresentações dos alunos.
Ainda na semana passada, a Folha publicou a versão dos estudantes, de que nada fora destruído, como aponta a matéria do jornal.
Mas eu ainda me pergunto: por que a imprensa não disse a verdade sobre a ocupação da Reitoria da USP?

2 comentários:

Anônimo disse...

a resposta deste post está no próximo!

Anônimo disse...

“A injustiça avança hoje a passo firme.
Os tiranos fazem planos para dez mil anos
Nenhuma voz além da dos que mandam.
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são.
Quem ainda vive nunca diga: nunca!
O que é certo não está certo
Assim, como está, não ficará.
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados.
Quem pois ousa dizer: nunca?
Se a opressão permanece a quem se deve ? A nós.
De que depende que ela acabe? Também de nós.
O que é esmagado, que se levante!
O que está perdido, lute!
Quem conhece a situação, por que ficará parado?
Porque os vencidos de hoje serão os vencedores de amanhã
E nunca será: ainda hoje.” Brecht