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Ato em Sampa!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

ECSTASY: VALE A PENA INVESTIR NA REDUÇÃO DE DANOS.

Todos conhecemos o problema causado por drogas de abuso, legais ou ilegais. Os meios de comunicação mostram crescente e incessantemente como esse problema afeta o tecido social não só no Brasil como em várias outras partes do mundo. Diante desse quadro, pesquisadores da área se perguntam como contribuir para minorar esse grave panorama.

Existem várias respostas a essa questão, nenhuma delas satisfatória. Uma proposta, defendida por exemplo pela revista The Economist, é legalizar as drogas atualmente proibidas. Isso evitaria o contato do usuário com traficantes e obrigaria o controle farmacológico da substância. As experiências nesse sentido são poucas e inconclusivas. Há mais dados sobre outra proposta, a proibicionista, mas experiências como a Lei Seca nos Estados Unidos indicam a deficiência dessa estratégia, abandonada devido ao aumento da corrupção e da violência ligadas ao comércio ilegal.

A prevenção pelo amedrontamento consiste em transmitir informações parciais, exacerbando malefícios (“droga mata”) de modo dramático. Além de comprovadamente ineficaz, pois não leva à diminuição do consumo, esse modelo freqüentemente desmoraliza o agente de prevenção e prejudica futuras ações antidrogas. Ainda assim, é bastante utilizado no Brasil. Em nosso trabalho, que vem sendo considerado em certos veículos de comunicação como um incentivo ao uso de drogas, adotamos como estratégia preventiva a Redução de Danos (RD).

Apoiada pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Nacional Antidrogas, a RD parte do princípio de que, quando impossível a erradicação de comportamentos de risco, impõe-se minimizar o dano causado por eles. Por exemplo, previne-se o risco de acidentes quando se recomenda que não se dirija depois de ingerir bebidas alcoólicas. Médicos evitam a morte quando aceitam tratar uma mulher que se submeteu a um aborto em condições precárias. Não se trata de aprovar o aborto ilegal, mas de evitar o mal maior. No caso do ecstasy, a RD reconhece que seu uso existe, comporta riscos e precisa ser entendido no contexto das variáveis que o determinam.

Para entender esse contexto, vimos realizando vários levantamentos. Observando a tendência crescente de consumo de ecstasy, não quisemos ficar encerrados no conforto de uma pesquisa que não levasse à ação. Foi o que motivou a elaboração do projeto “Baladaboa”, ora alvo de discussões na mídia, que questiona a validade do financiamento público que lhe foi destinado.

O projeto consiste em levantamento sobre o universo dos usuários de ecstasy, seguido de intervenção com distribuição de folhetos informativos (flyers) em locais freqüentados pela população-alvo e de uma avaliação dessa intervenção. Os flyers contêm informações sobre riscos do ecstasy e recomendações para reduzi-los.

Ao tratar do desconhecimento da composição do comprimido, por exemplo, os flyers recomendam que a dose seja reduzida à metade. Sobre efeitos fisiológicos, informam que a temperatura corporal elevada pode causar coma ou morte. Nesse caso, a orientação é: “Se você pretende consumir ecstasy, evite fazê-lo sozinho, tome líquidos não-alcoólicos sem exagero, vista roupas leves e descanse a cada meia hora quando dança”. Sobre danos de curto e médio prazo, descrevem as conseqüências psicológicas geradas pela droga, como ataques de pânico, quadros paranóides e depressão. Esse flyer, especificamente, recomenda que o usuário observe se o consumo de ecstasy vem sendo prejudicial e procure auxílio profissional se necessário. Quando a informação dada é sobre o perigo de associação do ecstasy com outras drogas, recomenda-se evitar essa associação e atentar para a interação tóxica que pode ocorrer com os muito utilizados antidepressivos.

Até sábado último, a avaliação da ação apresentava índices altamente positivos. A quase totalidade dos respondentes afirmou que o projeto deve ter continuidade, e mais de 70% dos respondentes usuários declararam que o projeto causou ou vai causar mudanças em seu comportamento relativo ao ecstasy. Assim, os flyers distribuídos vinham atingindo seus objetivos e seu público-alvo.

É um grande equívoco confundir Redução de Danos com apologia da ilegalidade. O uso de substâncias ilíticas ganhou há muito tempo dimensões alarmantes como problema de saúde pública. Projetos inovadores como o Baladaboa merecem apoio e aplicação de recursos públicos, pois trazem uma visão lúcida no trato de temáticas contemporâneas, constroem dados de referência para análise e trazem ganhos sociais e econômicos ao preservar a vida de pessoas expostas ao consumo de drogas.


Maria Teresa Araujo Silva, 67, professora titular de psicologia da USP
Stella Pereira de Almeida, 43, pós-doutoranda de psicologia na USP

deu no O Estado de São Paulo - Aliás - 17/6/2007

(O Estado de São Paulo - Aliás - 17/6/2007)

tb no portal UNICAMP

Autonomia universitária, lugar da imaginação

Francisco Foot Hardman Alcir Pécora Uma coisa é certa: a afoiteza com que o governo Serra tentou, de início, enquadrar a gestão financeira e administrativa das universidades estaduais paulistas com uma série de decretos centralistas, alguns deles de duvidosa constitucionalidade, acabou por oferecer, aos movimentos de defesa da autonomia universitária que se desencadearam nesses cinco meses, um grau de unidade e de politização como há muitos anos não se verificava.

A rigor, o governo colheu os frutos de sua ação intempestiva, cujo vezo autoritário, associado ao centralismo fiscalista e à teimosa praga do contingenciamento que hoje domina as esferas federal, estadual e municipal do Estado brasileiro, ignorou a pluralidade dos interlocutores acadêmicos necessária para o estabelecimento de qualquer política séria afeta à pesquisa e ensino superiores. Injusto seria não computar, igualmente, a parte generosa que coube às reitorias pela dinamização da crise, seja pelo incompreensível silêncio diante da destituição inicial sumária da reitora da USP da presidência do Cruesp, seja pela ambigüidade, falta de timing ou inépcia de suas manifestações com respeito à sucessão de atos que perturbavam a normalidade da gestão universitária.

Visto em perspectiva, o movimento de resistência de setores representativos das comunidades da USP, Unicamp e Unesp alcançou sua vitória mais significativa com a edição do Decreto Declaratório n. 1, de 31/05. No que toca, em particular, à Secretaria de Ensino Superior, o Decreto Declaratório, ao esvaziá-la das principais funções com que fora forjada, equivale a uma verdadeira declaração de sua inutilidade pública. Artifício maliciosamente urdido sobre o espólio da Secretaria de Turismo, a Secretaria-Frankenstein, que aguardava os universitários na volta às aulas, subsiste agora como corpo estranho na superestrutura do Estado.


leia mais em http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/BDNUH/NUH_8433/NUH_8433.html

terça-feira, 12 de junho de 2007

Recordar tb alimenta a luta

16/08/2006 - 12h25
Problema na educação em São Paulo se deve à migração, diz Serra
Da Redação Em São Paulo
O candidato tucano ao governo de São Paulo, o ex-prefeito da capital José Serra, participou de entrevista ao vivo nesta quarta-feira ao programa SPTV, da TV Globo de São Paulo. Na entrevista, Serra creditou os maus resultados da educação no Estado aos "migrantes" e se esquivou da pergunta sobre sua permanência no governo de São Paulo até o fim do mandato caso seja eleito em outubro. Questionado sobre o mau desempenho do Estado de São Paulo em avaliações nacionais de educação, o tucano creditou os maus resultados aos migrantes que vêm para o Estado. "Diferentemente dos Estados do Sul [que foram os primeiros colocados na avaliação], São Paulo tem muita migração. Muita gente que continua chegando... Este é um problema", afirmou.

Este blog defende que o problema da educação em São Paulo (o Estado mais rico do país) não é responsabilidade da migração NORDESTINA, mas das políticas absurdamente desfavoráveis à educação pública:

há muito tempo o investimento em educação em São Paulo não traz qualidade.

Ocupantes da USP negam vínculo com partidos

Para eles, críticas são "incapacidade de entender outras formas de organização"
Globo.com - G1
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12/06/2007 - 14:01 - Um grupo de ocupantes da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) criticou, por meio de uma nota oficial, as declarações feitas nesta segunda-feira (11) pelo governador José Serra (PSDB) e pelo Secretário de Justiça, Luiz Antonio Marrey Filho, condenando a ocupação da reitoria por pessoas ligadas a sindicatos e partidos políticos.

Eles negam qualquer vínculo com partidos e organizações sindicais.Para os estudantes, as críticas feitas pelo governador e pelo secretário "demonstram a incapacidade destes setores de conceber outras formas de organização, que não as tradicionais. Como se não houvesse possibilidade de atuação política senão através de organizações, partidos ou sindicatos; como se um movimento não pudesse ser gerido sem líderes e, portanto, sem hierarquia.

"Eles negam que estejam vinculados a algum partido político ou sindicato e afirmam que o movimento estudantil na USP envolve diferentes agentes, organizados ou não, que têm diferentes formas de pensar, discutir e agir.

Nesta segunda, o governador disse que "há um aparelhamento indiscutível, junto com a atuação do sindicato dos funcionários, que não é dos estudantes, que tem a liderança de fato de todo este processo".Após ser questionado se o fim da greve dos professores da USP enfraqueceria a ocupação, o governador disse que espera que o movimento seja encerrado. Ele afirmou que ficou “claro que os diferentes setores começam a abandonar os próprios movimentos grevistas”. “É uma ocupação sem propósito, ninguém hoje é capaz de dizer os propósitos dela, exceto alimentar-se a si mesma”, disse Serra.

Desocupação O secretário estadual de Justiça, Luiz Antonio Marrey Filho, afirmou que situação do movimento está se complicando do ponto de vista legal com a demora no cumprimento da ordem de desocupar o prédio - a Justiça determinou a reintegração de posse do local no dia 16 de maio. Os estudantes invadiram o local no dia 3 do mês passado.Marrey garantiu que se o movimento não decidir pelo fim da ocupação será cumprida a liberação do prédio, inclusive com a possibilidade do uso de força em caso de resistência. “Quem está sendo violento é quem ocupa a reitoria”, disse. Para Marrey, é possível que dentro do grupo de estudantes existam “pessoas iludidas”, mas que trata-se de um “movimento político”. “Se espremermos, o que há é uma articulação de cunho autoritário, com forte viés sindical e que nega a democracia brasileira.
A democracia tem o direito de reagir nos termos da lei”, disse.

Leia abaixo a íntegra da nota dos estudantes

É curioso que alguns setores da sociedade – os supostamente representados ou orientados pela grande mídia – não se conformem com certas características do movimento da reitoria ocupada e acabem por analisá-lo através de raciocínios viciados e análises pseudo-políticas que reproduzem a lógica eleitoreira de gabinete e privada. Isso demonstra a incapacidade destes setores de conceber outras formas de organização, que não as tradicionais. Como se não houvesse possibilidade de atuação política senão através de organizações, partidos ou sindicatos; como se um movimento não pudesse ser gerido sem líderes e, portanto, sem hierarquia.

Da mesma forma, explica a necessidade em se retirar toda e qualquer possibilidade de os estudantes se colocarem como atores políticos, concebendo-os como simples massa de manobra de interesses eleitoreiros (termo muitas vezes confundido com "político"). O movimento estudantil que agora se configura na Universidade de São Paulo abarca diversos agentes, organizados ou não. É importante entender que os estudantes procuram formas diversas de pensar, discutir e agir; e, mais ainda, que estas formas de ação política não se restringem às tradicionais formas de atuação partidária.

Daí que a rasa explicação que vê o movimento como orientado por uma suposta extrema esquerda, absolutamente não dá conta da realidade política implicada na ocupação: tente entender. Deveríamos defender a legitimidade das instâncias representativas de poder por terem sido escolhidas democraticamente pelo voto como única forma de participação? Funciona tão bem que aqueles que são representados decidem pela sua própria exclusão, por exemplo, dos rumos que toma o ensino público. Público?

Para maiores entendimentos recomenda-se estudos mais aprofundados sobre a coletividades espanhonholas a partir de 36, o maio de 68 e o desbunde. Entende-se que tais setores não compreendam que um movimento possa se orientar sem uma estrutura centralizada e hierarquizada que caminhe em um sentido único com interesses privados. O que não é muito compreensível é que essas críticas se baseiem na mesma velha forma de se fazer política. Mídia, assim, busca deslegitimar o movimento, retirando qualquer possibilidade de pensar os estudantes como atores políticos, mas sempre como massa de manobra · esvaziar dizendo q são partidos q encabeçam. se eles encabessassem teríamos pautas únicas e negociáveis. e temos pautas confusas

Deveríamos defender a legitimidade das instâncias representativas de poder por terem sido escolhidas democraticamente pela participação bienal! Funciona tão bem que representados decidem estupidamente sua exclusão da participação, por exemplo, do ensino que dizem dever ser fornecido pelo Estado a todos. Os depoimentos do governador e do secretário de justiça publicados ontem neste site – que têm como fonte de informação o especial de domingo do jornal O Estado de São Paulo sobre a ocupação da reitoria da USP– demonstram a incapacidade destes setores de conceber outras formas de organização, que não as tradicionais. Como se não houvesse possibilidade de atuação política senão através de organizações, partidos ou sindicatos; como se um movimento não pudesse ser gerido sem líderes e, portanto, sem hierarquia.

Assim, parece absolutamente impensável que dentro da reitoria não haja uma voz que possa falar em nome dos estudantes, traçando os rumos do movimento e carregando uma "massa de manobra".

domingo, 10 de junho de 2007

Um comentário

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